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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Aquele querido mês de Agosto !

Neste fatídico mês de Outubro,impelido pela publicidade,pela longa ausência de uma ida ao cinema ,pela vontade de ver e gostar de um filme português contemporâneo ,e ainda para desocupar um pouco a mente do aperto ideológico que me circunda,decidi,eu e a minha cara metade investir em algum tempo e combustível para mais ou menos 60Km,e deslocámo-nos á simpática vila da Lousã acompanhados de mais dois amigos que convencemos a virem ver este filme ...e o que é que me ofereceram? uma espécie de revisão da matéria...
A princípio até me parecia uma espécie de" liga dos últimos" adaptado ao cinema ,programa que muito gosto de ver, não obstante não suportar as "tricas" do futebol, mas rápidamente concluí que era outra coisa...
A primeira cena ,a da raposa, tentando caçar alguma galinha das que se manifestavam inquietas e se desdobravam em movimentos irrequietos pelo galinheiro, ao serem observadas pelo olhar furtivo do animal matreiro,gostei,achei que foi preciso alguma paciência e preserverança para a filmagem e dá-nos a visão de algo que não é muito comum observar-mos.
Á medida que o filme avançava,foi-se criando em mim uma estranha sensação de desinteresse e aborrecimento como se estivesse a ver alguns spots publicitários e que a todo o momento o filme ia começar...terá sido porque tenho vivido últimamente num meio ambiente propício a proliferarem cenas, comentários e vivências semelhantes ás documentadas nesta resenha filmada?
Do ponto de vista técnico,não me atrevo a tecer comentários,quero lá saber daquele "gaijo" que andava a caçar mosquitos no alto da serra com um microfone todo agasalhado? não tenho formação para tal ,mas que não gostei da qualidade do som ,isso é um facto,mas pela óptica do "consumidor" vejo-me obrigado a opinar em contramão com a maioria das críticas e opiniões que li acerca deste filme,como documentário pareceu-me demasiado enfadonho,penso que carecia de uma narração mais objectiva e apelativa ao interesse do espectador, para perceber melhor o contexto,certas cenas eram demasiado estáticas e demoradas(típico) .
Como filme dramático,o maior drama foi a minha desmobilização crescente à medida que o tempo passava.Mas afinal esta obra prima é só para intelectuais que desconhecem estas realidades? acabei por perceber que o realizador estava sem "graveto" para fazer o filme, e lá teve que se desenrascar...mas assim também eu sou realizador,pego numa câmera e desato a filmar o meu dia a dia aqui pelo interior e depois começo por aproveitar os melhores pedaços colo aquilo tudo...e "voilá",já está,um filme para se candidatar a um óscar,será assim tão simples?
Das opiniões que li fala-se muito de ser uma obra para mostrar o que os Portugueses são e fazem em especial no mês de Agosto(?...) mas afinal não é para Português ver? como é que o Português reage ao ver-se a si próprio? será isto afinal uma nova forma de terapia?
Faço daqui um convite a todos os Portugueses da cidade e similares,para investirem algum tempo da sua vida a fazerem uma incursão ao interior do País (ex.férias) e disfrutem do melhor filme da vossa vida com direito a respirar um ar mais puro em realidade tridimensional e até os vossos filhos irão perceber melhor que o leite não vem dos "pacotes" mas sim das tetas das vacas!
Enfim, fiz um esforço, mas não resisti,e após a primeira hora e meia, altura em que houve o intervalo, desertei da sala mais os acompanhantes ,todos de livre e espontânea vontade,mas só agora me apercebi do erro que cometi,porque se calhar o filme dramático ia só começar na segunda parte,para a próxima vez tentarei resistir um pouco mais,mas penso que a melhor forma é agarrar o espectador logo ao princípio, seja em que mês for.

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