Um leitor interpela-me: "Não percebo a sua agressividade - é o 2.º texto - contra a geração Deolinda." Duplo erro: é o enésino texto e não é contra, é a favor. Textos quase todos, e de quem escreve todos os dias, sobre o mesmo assunto. Assunto: se não tens dupla consoante no nome (e Ferreira não conta), conta contigo, contigo e contigo. Neste país pequenino, pobre e pedantolas, se não fores um raro com família instalada, o apoio certo és tu. Para os falhos de famílias dessas há atalhos - Igreja, maçonarias, partidos... - mas o país pequenino é também antigo, tem longa história de atalhos, o que faz destes avenidas concorridas. Conta contigo, mas na condição de saberes que é negócio duro. Não te iludas com a ganga poética: o primeiro tipo que vi com lágrimas nos olhos sobre o concerto dos Deolinda, acabou de chegar de uma prebenda que o partido lhe arranjou no estrangeiro e voltou para o lugar cativo que tinha deixado. Não te iludas com direitos adquiridos: no país pequenino e pobre, há gente que julga que é salvação agarrar-se a bóias (progressão automática na carreira, reformas antecipadas...) E não é: é naufrágio adiado. Traça tu os teus prazos. Tens a casa dos pais e diploma, como diz a tal canção dos Deolinda? É melhor do que não tê-los. Mas se for preciso, larga-os (à casa e ao diploma) pelo trabalho. Porque este és tu. A única garantia de que não te deixas afogar no país pequenino.[DN]
Texto de FERREIRA FERNANDES
Este Ferreira Fernandes com o que escreveu sobre os Deolinda, entrou na minha lista de energúmenos...
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