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sábado, 3 de janeiro de 2009

ZONAS DE INTERVENÇÃO FLORESTAL (VALERÁ A PENA A ESPERANÇA?!!!)


Já sei, já sei!...
- “vale sempre a pena quando a alma não é pequena”

Mas, no caso, que tamanho tem a alma?
Será assim tão grande como o desprezo a que estão votados os nossos arvoredos, especialmente a Floresta privada?
Será antes do tamanho da nossa descrença relativamente a tudo o que é inovador?
Ou será ainda maior, isto é, da dimensão da nossa desconfiança relativamente a tudo o que emana do Governo?

Quando o assunto foi legislado e se começaram a realizar as primeiras reuniões de proprietários florestais, o eco que me foi chegando é que seria muito difícil implementar o sistema no centro e norte do País, onde as propriedades são, regra geral, de pequeníssima dimensão, os proprietários estão ausentes e desinteressados, por não tirarem dali qualquer proveito económico, mesmo no caso dos que se interessam minimamente pelo seu património e vão fazendo algum investimento.

Depois de veiculada a ideia de que haveria sanções para quem não cuidasse das suas parcelas, fiquei a pensar que talvez a implementação das ZIF’s ganhasse algum alento.
No entanto, não creio que alguém acredite que haja maior “sanção” do que esperar 40 ou 50 anos pelo crescimento das árvores e vê-las devoradas pelo fogo. Que autoridade poderia pôr em prática tal regime sancionatório sabendo que o proprietário florestal minimamente preocupado com a sua floresta, pouco ou nenhum proveito tira dela?
Além disso, toda a gente sabe que as autoridades têm muitos prevaricadores dos verdadeiros para fiscalizar (e seria mesmo muito ridículo que as armas se virassem precisamente para quem já tanto tem perdido). Se bem que, as “opiniões citadinas” que tenho apreciado sejam mesmo nesse sentido – “a floresta recebe subsídios chorudos da CE e do Estado Português, portanto, os proprietários florestais devem ser responsabilizados por não terem a floresta em condições”; esquecem-se, por certo que, quando, de passagem, resolvem piquenicar numa linda mata à beira de uma estrada a deixam, regra geral, pejada de papéis, plásticos, cigarros e demais porcarias combustíveis.

Entretanto, na minha boa fé, quando a ideia de uma ZIF em Campelo tomou forma, inscrevi-me de imediato no núcleo fundador tendo, desde então, tentado, dentro das minhas possibilidades, cooperar e chamar mais proprietários para a causa.
Participei em várias reuniões e em diversas aldeias. Debalde!

No dia 20 de Dezembro era a data marcada para a Audiência Final da Zona de Intervenção Florestal. Apresentou-se um grupo tão pequeno de proprietários que regressei a casa com a certeza de que não vai conseguir-se levar a bom termo esta iniciativa.
- Não obstante uma legislação muito favorável ao proprietário, ao ordenamento florestal e à defesa da floresta privada;
- Não obstante as ajudas existentes que, em determinados casos podem chegar à totalidade do investimento a fundo perdido;
- Não obstante o enorme empenhamento da Ficape e da Sra. Eng.ª Sónia (que tem sido incansável)
- Não obstante a necessidade.

Enfim, é Portugal no seu habitual deixa-andar!...

Maria Eduarda

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